segunda-feira, 29 de junho de 2009

o que o estresse faz com você?

4 maldades alheias


Estresse: a doença do século XXI. O estresse não escolhe classe social, e em tempos de crise...ele ataca geral! (rima desproposital)Já foi comprovado que o estresse desencadeia no cérebro uma atividade hormonal que nos faz mais propensos a comer doces, consumir drogas e apostar em jogos de azar. E a substância que é culpada por isso chama-se corticotropina.

Mas longe de mim querer fazer uma análise psico-médica do estresse, tanto porque eu, calourinha do 1º período (quase 2º) não tenho conhecimento suficiente para tanto, como ficou claro na minha prova de hoje. Tudo culpa do ser-aí. Voltando ao assunto...O que eu quero, nesse post, é fazer uma retrospectiva da minha última semana, que foi o ápice de estresse da minha vida.
Vamos revisar: eu tinha 3 trabalhos- um de antropologia (4 a 5 páginas sobre experiências de maternidade), outro de filosofia (3 a 4 páginas de um artigo sobre meu velho amigo, seu Heidegger) e outro da já conhecida história das ideias (20 questões pra responder desde Wundt atéeeee Behaviorismo). Some isso com as duas provas daquela semana (neuroanatomia e historia das ideias) mais a prova de hoje (128 paginas de Introdução a filosofia, do Heid) e você tem uma semana de, na boa, deixar qualquer um louco.
E se levarmos em conta que eu acabei de sair do ensino médio (ok, meu "acabei" é relativo a sete meses), a gente vê claramente que eu não entrei no ritmo.
De fato minha semana se resumiu a dormir (mas apenas 3 horas por noite), ir pra faculdade (mas estudar no ônibus) e estudar/fazer trabalho. Não sobrou tempo pra mais nada. Comer? que isso, faz um lanche rápido enquanto digita!
É claro que esses horários apertados e essa desrregulagem nos hábitos alimentares (que, é preciso dizer, já são horriveis) trouxe consequências drásticas.
Como eu tinha que ficar acordada por muito tempo eu recorri a métodos pouco ortodóxicos, como litros de coca misturados a varios tubinhos de pó de guaraná concentrado. Caaaaaaaaaaaara, isso me deixava elétrica! tipo, aquele tipo irritante de gente que fala fala fala sem parar, uns milhões de vocábulos, frases sem fim, sem pausa, corridos, e assim, mudando de assunto numa velocidade pavorosa! Aí, quando chegava na hora das minhas 3 horinhas de sono eu não conseguia dormir, tanta coisa na cabeça, tanto pra ler...Meu corpo estava tão cansado que ele mal tinha forças pra cair no sono. O que, é claro, só agravava minha situação.
Lá pelo quarto dia nessa rotina louca umas coisas bizarras começaram a acontecer. Teve uma vez que eu me descobri parada no meio do corredor sem me lembrar o que eu tinha que fazer. E era importante! Então eu refiz meu caminho, fazendo uma vã tentativa de lembrar, talvez ver alguma coisa que ajudasse. Um bom tempo depois (suficiente pra me atrasar) me lembrei que estava indo pro banho.
O pior era tentar ler Heidegger nesse estado...
"Consequentemente, temos o seguinte estado de coisas: um ente que é idêntico a si mesmo e, como esse ente idêntico, é ainda um ente que pode ser apreendido por muitos".
PELAMORDEDEUS O QUE ELE QUER DIZER???
entre outros...
Eu lia 3 parágrafos e percebia que na verdade não tinha lido nada! Aí tinha que voltar no começo e ler tudo de novo.
A coisa mais dificil de se fazer no meu bairro é se concentrar em algo. Nunca vi vizinhança pra ser barulhenta! Sempre tem um pra passar com o rádio do carro nas alturas naquele pagode de ficar na cabeça. " abandonaaaaaaaaado, assim que eu me sinto longe de vocêee!" (8) É, ficou.
É claro que as irritações diárias (como aquele ônibus cheio do post passado) só pioram nossa situação de estresse. Talvez seja por causa do estresse que batemos em velinhas pra sentar no ônibus.
Mas e aí? E você, um dos meus 3 leitores, diz pra nó.
O que o estresse faz com você?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Histórias de ônibus

3 maldades alheias
Quando eu fiz 12 anos e passei para 6ª série do ensino fundamental minha mãe resolveu despachar a condução e me mandar para escola de ônibus. Eu sei que no mundo que vivemos hoje isso não parece muita coisa, mas no meu tempo isso era fantástico! Era um passo em direção a independência! Era o maior orgulho encher a boca e dizer: eu vou de ÔNIBUS pra escola e SOZINHA!
Quando se tem 12 anos tudo é mais colorido, tudo é mais fácil, tudo é mais divertido. E pra mim, naquela época, até um ônibus ridiculamente lotado era engraçado. Lembro de uma vez ter entrado num ônibus tão cheio que meu corpo assumiu a forma de um S, tentando segurar em algum lugar, segurar minha mochila e desviar de esbarrar sem querer no traseiro de alguém. Eu tenho uma teoria sobre a qual catástrofes tendem a aproximar as pessoas. Uma delas é um ônibus lotado e/ou quebrado. Aproximar não só no sentido literal, estou falando da estranha necessidade que as pessoas sentem em falar com o estranho mais próximo. E as vezes MUITO próximo. Nesse mesmo dia me lembro de ter ido todo o caminho conversando e rindo com uma professora que eu não lembro o nome. Deve ser o fato de estarem todos passando pela mesma experiência desagradável que as pessoas começam a se falarem, talvez.
Quando eu ia pra escola meu sonho mais secreto era poder pegar o biarticulado, oh grande ônibus vermelho duplamente sanfonado! Mas eu pegava a droga de ligeirinho! Aliás, alguém tem que fazer alguma coisa pra mudar o nome dessâ coisa.
Bem, hoje as coisas mudaram. Eu pego o biarticulado de terça a sexta e não vejo nada divertido nem engraçado nisso. Na verdade chega a ser incomodo e irritante! E os ônibus lotados assumiram a forma de uma piada sem graça nenhuma. Vai entender porque se botar os olhos no Alimentador(ônibus laranja que entra mais nos bairros, para os não-curitibanos) que eu pego. Ele é sem exagero o coletivo (finalmente achando um sinonimo pra parar de escrever ônibus) mais lotado que eu já vi na minha existência. Toda vez que ele para no ponto eu comento com a pessoa ao lado: vai começar a guerra. É um empurra-empurra generalizado! Eu não sou muito a favor de dar um chega-pra-lá em velhinhas, mas quando elas começam a usar a bolsa pra te tirar da reta você começa a considerar a idéia de abrir uma exceção. Esse ônibus vai tão lotado que uma vez tinha 8 pessoas naquele espaço da escada, que deve ter uns 1,5m² no máximo. Infelizmente eu era uma delas.
O que talvez torne esse processo de deslocamento menos (ou mais, depende do ponto de vista) desagradável são as distrações no caminho. Pra mim são as histórias que o povo conta. Algumas tão loucas que a gente quase tem certeza que a pessoas se esqueceu que está no transporte público. Como um menino uma vez comentando com um amigo suas aventuras no campo da auto-depilação. Enfim, vou poupá-los dos detalhes mais sórdidos. Também já presenciei mães tentando desencalhar os filhos. Já ouvi coisas do tipo: - Ah, o meu filho arrumou um novo emprego agora! Carteira assinada e tudo! E fica tããããããããão bonito no uniforme da empresa. E agora que deixou a barba crescer, daquele jeito fininho bem-feitinho, meniiiiiina, ficou um pedaço de homem!
Meu assunto preferido de escuta, no entanto, é política. Ninguém num ônibus tem conhecimento suficiente pra discutir isso, mas todo mundo entra na conversa. Geralmente parte do ponto: - Mas esse prefeito devia por mais ônibus nessa linha!- Como se todo mundo que opta pelo transporte coletivo não quisesse a mesmíssima coisa.
Engraçado que as pessoas sempre tentam falar comigo ou pedir informações. Eu nem sou simpática nem nada e já entro no ônibus com aquela cara "Ta morto se tocar na minha mochila". Uma vez uma senhora sentou do meu lado e passou os 30 minutos da viagem me contando as fofocas do bairro. Ao que parece no dia anterior tinha morrido um monte de gente por causa do fim do namoro da uma menina. Essa dona sabia até a panificadora que a mãe da menina trabalha (que a propósito faz ótimos bolos de aniversário, de todos os sabores! e por uma pexinxa!).
A gente começa a abençoar o cara que inventou os fones de ouvido e tornou a paz no retiro de suas músicas preferidas possível.
Pelo menos pagamos só 1 real na passagem de domingo!
 
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