terça-feira, 22 de setembro de 2009

E o milagre não veio

4 maldades alheias
Como era de se esperar, eu não ganhei o tal concurso de contos. Aparentemente meus contos não valem 500 reais em vale-compras. Como era mesmo aquele verso?

Você foi pesado

Você foi medido

E achado em falta

É claro que eu achava que podia ganhar! Por que outro motivo eu teria perdido meu tempo escrevendo e mandando? Infelizmente só eu achava isso, que podia ganhar.
Eis os ganhadores:

-Os Dilúvios Imaginários, de autoria de Guilherme Menezes Cobelo e Oliveira (Brasília/DF)
-Meritíssimo, de autoria de Amilcar Neves (Florianópolis/SC)
-O menino japonês, de autoria de Suzana Grandi Cavalcanti (Curitiba/PR)
-O dedo do olhar de Clarice, de autoria de Juliana de Araújo Bumbeer (Curitiba/PR)
-Recuperação, de autoria de Rodrigo Araújo (Colombo/PR)
-Achados e Perdidos, de autoria de Jean Marcel Snege (Curitiba/PR)
Eu espero que eles façam bom uso do prêmio. Eu seu que EU faria.
Mas foi meu primeiro concurso, certo? Minha primeira tentativa de publicar minhas idéias miseráveis. Então talvez não seja motivo pra entrar em pânico e desistir, certo? Por que, realmente, que grande autor que a gente conhece não foi rejeitado? JK. Rowling recebeu um NÃO. A diferença é que ela não desistiu. E hoje ela está milionária. E Meg Cabot? (e eu finalmente descobri como se pronuncia o Cabot) Fui numa tarde de autógrafos dela e descobri que ela também foi rejeitada. O primeiro volume da série O diário da Princesa foi jogado de editora em editora por 10 anos! Não sei se eu teria paciência pra tanto, mas aí está. Ela teve. E hoje vive de seus livros, fazendo turnês pelo mundo e comendo mangas frescas na beira da piscina do Copacabana Palace enquanto centenas de adolescentes travam uma guerra por uma senha que vale um autógrafo. Eu sei porque eu fui uma dessas adolescentes. Não me culpe, todo mundo tem seu dia de tietagem (essa palavra existe?).
Na verdade eu nem precisei me matar por uma senha já que dia 21 de agosto levantei as 6:30 pra conseguir uma. E deu nisso. Dis 15 de setembro. Mesmo dia do resultado do concurso de contos, eu conheci Meg Cabot.



Um amigo disse que eu estava com cara de feliz. hahahahaha. E estava mesmo.

Mas como a vida aaaaaaaama brincar comigo pra que eu tenha coisas pra escrever nesse blog, ela deu um jeitinho pra que eu perdesse a senha. Isso mesmo. O número era 226. Depois das perguntas pra ela, a Meg começou a assinar. Por ordem, infelizmente. Eu e a yan (que tinha a senha 227) íamos esperar 225 meninas ganharem seus autógrafos, tirarem suas fotos e sairem tremendo com um sorriso de orelha a orelha. Resolvemos passear pela loja. Vimos revistas, vimos milhões de livros, CD's...Quando finalmente chegou na 220 eu percebi que minha senha tinha desaparecido! Comecei a chorar, juro. Eu faço bastante isso, tipo, cair no choro. Era tão injusto! Acordar cedo, esperar horas e quando chega a hora, acontece isso! Enquanto eu me desesperava e já me imaginava ajoelhada na frente da Meg aos prantos gritando coisas como "Please, Meg, I lost my Password, please (fungada), sign my book!" Yan e o pai dela (imagine só) tentavam achar um jeito de me por na fila de autógrafos. De repente, assim, do nada, sem aparente explicação um segurança aparece e perguntava porque daquela agitação. "Eu perdi minha senha". E ele "Que número?". E eu "226 (fungada)". Foi aí que ele tirou a senha do bolso! Eu tinha ido do céu ao inferno em questão de minutos. Como na vez que eu olhei a lista errada do vestibular e achei que não tinha passado, quando na verdade tinha sim...

Então fui pra fila, Meg assinou meus livros. Contei que estava tentando escrever um livro e que na capa do A Terra das Sombras estava escrito um poema. Ela disse que queria poder ler em português. Aí escreveu aquele NEVER GIVE UP. E é o mínimo que eu posso fazer. Saí de lá, como você pode imaginar a essa altura, tremendo e sorrindo de orelha a orelha.

Afinal, onde estaríamos de Grahan Bell tivesse desistido? O que seria da literatura se Machado simplesmente tivesse desistido de escrever? Onde estaria Tom Hanks se Dan Brown tivesse parado de escrever quando o Vaticano caiu matando em cima dele?

Então não vou desistir de publicar um livro, um dia. Não é um sonho assim tão impossível, quanto ganhar na mega sena ou arrumar um bom marido. Só porque eu não consegui publicar um conto não quer dizer que tudo está perdido. Talvez isso sirva de aprendizado. Talvez meus textos ainda precisem melhorar, como um talendo a ser lapidado. Mas como se lapida as palavras?

 
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