É bom avisar já: se você não leu A cidade do sol, nem leu ou assistiu O caçador de pipas é bom parar de ler por aqui (mas nem por isso está isento de comentar). Não quero ser acusada de estragar a surpresa da leitura ou algo assim. Mas prometo tentar não contar detalhes vitais do enredo.
Uma coisa eu preciso dizer de Khaled Hosseini - ele não tem medo de maltratar seus personagens. A galera sofre o livro inteiro. Não entenda isso como uma crítica negativa. Aliás esse post não é pra criticá-lo. Mesmo porque eu adorei os livros, de verdade.
A pergunta que eu quero fazer é POR QUE OS LIVROS TEM QUE TER TANTA TRAGÉDIA? Sério, a vida já é uma droga na maioria das vezes, será que a gente também tem que ler drogas de vidas alheias? Eu já sou, por natureza, uma pessoa meio chorona, lendo um livro desse eu desabei em lágrimas!
Mas eu super recomendo esses livros. Ele escreve aquele tipo de livro que marca sua vida literária, aquele que você jamais esquece e que você sente que de alguma forma (mesmo que mínima) te engrandece como ser humano. O tipo de livro que, em certa altura, você dá uma espiadinha nas últimas páginas pra ter certeza que o personagem vai conseguir seus objetivos. Porque você se afeiçoa a ele e sente uma ansiedade quando lê os perrengues que ele passa.
Até separei um trecho, umas das muitas frases marcantes do livro que te fazem refletir e se sentir idiota ao mesmo tempo, sabendo que jamais poderia escrever nada assim tão brilhante:
(...)fiquei imaginando se era assim que se brotava o perdão, não com as fanfarras da epifania, mas com a dor juntando as suas coisas, fazendo as trouxas e indo embora, sorrateiramente, no meio da noite. - O caçador de pipas, pag. 354
Mas voltando à minha pergunta inicial, por que tanta tragédia? Ambas as histórias se passam em partes ou integralmente no Afeganistão. A história do país é marcada por inúmeros confrontos internos e externos, os jihad. Teve a invasão soviética em 1979 e depois o domínio Talibã, o que quer dizer que o contexto já não é muito feliz.
Quando cheguei no final do livro (e isso mais em O caçador de pipas) senti como se o final não fosse bom o suficiente pra compensar as 365 páginas de desventuras em série (huhuhu, um ótimo filme, por sinal). Quero dizer, o Amir já sofreu o livro todo, será que o Sohrab precisava fazer aquilo nas últimas 10 páginas?
Enfim, isso não torna o livro menos incrível. O Hosseini junta, como disse Isabel Allende, grandes elementos da literatura e da vida para tecer os romances. Além de mostrar detalhes de outra cultura interessantíssimos.
E a resposta pra minha pergunta na verdade não existe. Não existe um porquê. Esse é o gênero do livro e ponto. É que você se apega ao Amir, a Miriam, ao Hassan, a Laila. Eles passam a ser seus companheiros diários. A história te envolve a tal ponto que você compartilha com os personagens os bons e maus momentos. Chega a sentir raiva de Assef ou Rashid. Confesso que quando a Miriam acertou uma pazada na cabeça do Rashid e ele mijou nas calças não consegui não-sorrir.
É, eu enrolei tanto pra dizer que os livros são bons. E que se alguém quiser ler eu empresto!
E já que falamos de histórias e narrativas e tal...
Bom, por sugestão da Yan eu entrei num concurso de contos das Livrarias Curitiba (incrições encerradas hoje). Mandei dois contos, ambos escritos na louca. Mas humildemente peço sua torcida. O prêmio é de um vale-compras de R$ 500 e o conto vai ser publicado na revista Ler&cia. Como o concurso é em territorio nacional e certeza de que um monte de gente com mais experiência no campo da escrita vai mandar contos pra ganhar de amadorezinhos só por diversão, minhas chances meio que são remotas. Mas as regras não mencionavam nada contra mandingas, certo?
E tashakor por ler até aqui ;)
2 maldades alheias:
haha
eu queria tanto ler O Caçador de Pipas! *-*
to torcendo por você luuuud! o/
ja ganhou
ja ganhou
ja ganhou
YUAHIUHIUAHIUAIUH
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