sexta-feira, 16 de julho de 2010

contos espontâneos (I): Encontros

" - Olá! Você demorou! Não, não! Nem precisa se explicar, sei quem você é. Sei o que veio fazer. Na verdade, eu estava esperando por você. Estava sim, pode acreditar. Eu olhava todos os dias pela janela, em todos os rostos que passavam, pra todos os lados. Eu já planejei tudo, já deixei tudo pronto!
E o que fazemos agora? Como pode ver, isso nunca aconteceu comigo antes! Haha, me desculpe! Não podia perder uma última piada. Última...
Falando em última, eu já escutei minha música preferida pela última vez. Já escrevi meu último poema, meu último conto. Sinto não ter terminado aquele livro. Ontem olhei a lua pela última vez. Você a viu? Estava linda. Não estava cheia, teria sido perfeito demais. Ainda assim estava linda, brilhante, branca. Dei os últimos abraços também, nas pessoas que amo. Devia ter feito isso mais vezes. Deixei cartas escritas pra eles. Pra várias pessoas. É difícil decidir o que dizer. É tanta coisa, mas quando você vai escrever, acaba não saindo nada!
Não sei como essas coisas funcionam, mas acho que você deveria me conceder um último desejo, não? Engraçado, não me lembro de ter usado a palavra último tantas vezes! Sempre me pareceu muito definitivo. Último, única, nunca... Essas coisas que a gente diz sem pensar no significado.
O desejo, quase esqueci! Na verdade, poderiam ser dois? Ah, por favor! Ninguém vai ficar sabendo, só eu e você. E pra quem eu vou poder contar? Obrigada, muito obrigada mesmo! Esperava que você fosse pior, sabia? Um rosto mais sombrio, mas você até que é bem agradável!
O primeiro deles é pra você ser rápido. Não me deixe sofrer além do instante em que eu fechar os olhos. Quem sabe o que nos espera do outro lado? Vai ver é uma eternidade de sofrimento, o barco, a moeda na boca... Vai saber? Vamos economizar sofrimento, ok?
O segundo é, pode dizer a todos que eu aguentei essa de cabeça erguida? Quero que eles tenham orgulho de mim, não quero ficar com uma imagem de covarde. Já tenho muita coisa da qual me envergonhar.
Acho que era isso. Me sinto em paz, pra ser sincera. Estranho. Devia estar com medo, mas não estou. Nem pensar em todas as coisas que eu queria ter feito me abala.
Bom, sabemos a que veio, já disse tudo, agora é a sua hora.
Espera! Pode dar um último recado? É, você sabe pra quem é.
Quer saber? Deixe pra lá. Algumas coisas não deveriam ser ditas, nunca!
Quando você quiser.
Eu estou pronta..."

6 maldades alheias:

Anônimo disse...

suicídio é pra covardes sim sr

bj yan

Willian Araujo disse...

suicídio é para os fracos !!
segue meu Blog

Unknown disse...

Marcando presença! ;D
Não consigo entender como você consegue escrever tãoo bem assim. Nem no dia do vestibular eu consegui mandar bem! haha

;*

Unknown disse...

"Algumas coisas não deveriam ser ditas, nunca!"
Então nem vou escrever esse comentário...
HAHA, zuera, não vou falar mal...
Pô, gostei, muito bem escrito, gostei mesmo.
Quanto aos comentários aí falando que suicídio é para os fracos/covardes deveriam pensar mais sobre o assunto e ler Camus!
haha
Beijo, fia, e passa no blog do marginal!

Anônimo disse...

Sempre me disseram "nossa, como vc escreve bem!"
Depois que conheci a Ludi meu mundo caiu
Droga!
HAHAHA, beijos Tina! =***
Roberson

Camila Cussate disse...

uau, eu amei! De verdade, parabéns.

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