sexta-feira, 30 de julho de 2010

palavras apenas, palavras pequenas

Ontem, enquanto esperava minha amiga Yan (dá um oi ae, yaaan!) no terminal de ônibus, uma senhora se aproximou pra pedir informações. Eu estava ouvindo música (And your bird can sing, dos beatles) e nem me dignei a tirar os fones do ouvido. Pude ouvir quando ela perguntou se aquele ônibus ia pra Rui Barbosa (no centro da cidade).
Para os que não conhecem Curitiba, esse terminal onde eu estava tem duas plataformas onde para o ônbus biarticulado. Em cada uma param três ônibus desse, um deles vai para a Rui Barbosa, do mesmo lado em que eu estava. Na plataforma do outro lado param os mesmos três ônibus, mas que vão para o sentido contrário.
Eu estava parada na frente do ônibus Santa Cândida/Capão raso. Ele passa próximo ao centro, mas não na Rui Barbosa. Então eu disse a mulher que ela deveria pegar o ônibus Pinheirinho, que parava logo atrás do Santa Cândida, nesse mesmo lado. Ela se afastou e o ônibus da minha amiga finalmente chegou (depois de eu ter esperado por 37 minutos). Quando olhei para a mulher de novo, para a minha surpresa, ela caminhava em direção ao túnel que levava até a outra plataforma, que ia para o lado contrário! Apressei a minha amiga para que entrássemos no ônibus e eu não tivesse que ver a mulher voltando pra me dizer coisas como, "se liga garota! Não sabe nem passar uma informação?".
Acontece que minha informação estava certa, ela que interpretou errado! Ou talvez eu devesse ter formulado melhor a resposta. Algo como, "É desse lado, mas é o ônibus que para ali mais pra trás". Seja como for, agora já foi. Se a senhora um dia ler isso, eu realmente sinto MUITO que tenha pegado o ônibus errado, e espero que tenha dado tudo certo e não tenha se atrasado pra nada importante ou algo assim!
O que eu quis dizer com isso tudo é que a gente não se dá conta do poder das palavras até que elas tenham sido proferidas. A gente cresce ouvindo que "palavras ditas nunca voltam, assim como as pedras que já foram lançadas". Isso parece sabedoria oriental, um clichê gigantesco, mas é a mais pura verdade.
As palavras movem o mundo e o valor delas é incalculável e inegável! A psicologia sócio-histórica insiste nessa questão, na linguagem tendo um papel essencial na consciência humana. Sem a linguagem seria impossível trabalhar com os elementos que adquirimos no aprendizado. Seria impossível transmitir o conhecimento para as próximas gerações e nem mesmo nos comunicarmos. Resumindo, a linguagem é importante! E se comunicar bem é mais ainda.
Mas mais do que se comunicar bem, é preciso dizer as coisas certas.
Já se arrependeu de ter dito alguma coisa antes mesmo que as palavras terminassem de sair da sua boca? E não tem essa de "falei sem pensar". Você pensa sim, mas a velocidade do seu pensamento gira em torno de uns 360 km por hora. Isso quer dizer que o tempo entre a articulação da fala e você falar de fato é algo próximo de 1/25 de segundos!
Isso quer dizer que se torna muito fácil dizer algo que você não queria dizer. E geralmente as consequências do que você não queria dizer, mas acabou dizendo, são catastróficas! As palavras podem magoar alguém, pode criar falsas esperanças, podem destroçar corações, podem destruir uma nação!
Não gente, não é exagero.
Um jovem austríaco matou mais de 6 milhões de pessoas com palavras. Você já sabe de quem estou falando, é o tal do Hitler. Vamos combinar, o cara não era lá muito intimidador. Com aquele bigodinho ridículo e um corte de cabelo pior ainda. Mas ele tinha algo com o qual os "Aliados" não podiam lutar- as palavras. Alguns discursos bem feitos e Hitler convenceu uma nação inteira de que os judeus eram os responsáveis pela decadência da economia.
É claro que suas palavras não irão dizimar uma ceita, nem explodir algumas cidades, mas podem metaforicamente lançar uma bomba atômica no coração de alguém que você gosta muito. O que você diz pode ter muita importância pra quem ouve. 140 caractéres podem mudar a vida de alguém. Mas ainda não decidi o que é pior: se arrepender de algo que você disse ou que não disse.
Vou terminar dizendo que é uma boa hora pra dizer algo agradável pra alguém. Talvez um "sinto falta da sua amizade" pode salvar um dia ruim. Não vai acabar com a fome no mundo, mas como o Buk diz, é preciso começar salvando uma pessoa de cada vez.
Sinto falta das nossas conversas francas.
Me desculpe por ter magoado você.
Adorei seu novo corte de cabelo.
Essa calça caiu muito bem em você.
Lembra quando vimos aquele filmes juntos? Me diverti muito!
Gostava de apostar cocas com você.
Li seu texto, gostei, você pode melhorar, mas está no caminho certo.
Vocês sabem, esse tipo de coisa!




"Quando eu girar a chave, quando eu subir as escadas, POR FAVOR esteja lá."


6 maldades alheias:

Yan de Deus disse...

nossa que profundoo
=O
e ficou bom demaiiis o texto
hahaha

o da coca é pra mim neh? pode dizer?
mentira tu nem tem saudade de nada de mim pq ainda tamo na msma merda
IUHADOIJSAIODJSIOAJDIOASJDOIAJDOIJA

ficou ótimo
bjbj

Unknown disse...

Lud, não se preocupe. Você não tem culpa de que a ZDP da senhorinha não seja suficiente para entender a sua instrução. =p

Como você bem disse, as palavras possuem um poder imenso. E deve-se levar em consideração que o pensamento pode estragar a beleza das palavras. E:

Sinto falta das suas corridinhas com o Marcelo na faculdade. xD
Não sinto falta das cocas que você me pagava para comentar aqui.
Sinto falta da sua simplicidade no meu dia-a-dia!

=***

O Neto do Herculano disse...

Palavras doem
mais do que um soco.
A palavra tem uma grande força,
quem a sabe manipular
estará sempre em vantagem:
no amor ou na guerra.

Unknown disse...

é, mano, a parada é violenta. Fiquei até com medo de escrever aqui e gerar algo que não seja minha intenção. Mas sei lá, se não escrever fica complicado também.. AHHH!
(Ahh, to meio retardado hoje, nem ligue, mas pra finalizar o comentário de um jeito foda vai uma frase que não é minha)

"Manuscritos não ardem."
Bulgákov

Unknown disse...

Gostei do seu texto. E sinto falta das nossas cartas quilométricas. E de ser expulsa da aula de matemática com você. E de conversarmos horas e horas sobre os livros da Meg. E de trocarmos nossos livros. E de copiar os textos da Rosmari no intervalo. E de dar um jeito de ir sem farda. E dar outro jeito de ficar no banco pra não ser anotada. E dos trabalhos de manhã no clube de mães. E dos dias a fio que passamos desenhando nas aulas ao invés de estudar. E dos dramas mexicanos que nossas vidas sempre se tornavam. E de como isso no fim sempre era engraçado. Sinto sua falta. Ainda amo você. Nunca vou deixar de amar. (Kah)

Anônimo disse...

Sinto falta das nossas conversas francas.
:c

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